sábado, 17 de setembro de 2011

O SOM

A imagem fala, e o cinema mudo sabia disso.

Acontece que até o cinema mudo tinha som. As projeções de filmes mudos eram acompanhadas de uma trilha sonora executada ao vivo por um conjunto musical durante as sessões dos filmes.

Com o aparecimento do cinema sonoro e o desenvolvimento dos sistemas de captação de áudio (microfones, gravadores e técnicos habilitados), a participação do som na construção audiovisual de fato, e como parte desse audiovisual, se desenvolveu muitíssimo.

Um filme-vídeo é feito de imagem e som. Ambas são criadas num mesmo momento, isto é, quando se pensa uma cena ela provavelmente terá enquadramento, iluminação, ação e sonorização: personagens observados de um determinado ponto de vista, fazendo ou dizendo algo, e a cena terá som ambiente e uma sonorização posteriormente criada, como efeitos sonoros ou música incidental)


MÚSICA DO FILME NÃO É A TRILHA SONORA DO FILME


Em primeiro lugar temos que explicar os termos usados para denominar a banda sonora que é a trilha sonora de um filme…

Todo filme, vídeo ou produto audiovisual (multimídia, CD Rom, etc) tem uma trilha de imagem e uma trilha sonora. Para cada trilha de imagem deverá existir uma trilha de som correspondente. Essa trilha sonora compreende TODO o som do filme, e é composta pelos diálogos, as falas e sons dos ambientes onde foram gravadas as cenas (pelo técnico de som direto), ruídos e efeitos (criados pelo sonoplasta) e a música incidental ou temática do filme (que compõem a trilha MUSICAL do filme criadas pelo diretor musical ou sound-designer).

A Televisão costuma chamar, erradamente, a música do filme-vídeo de trilha sonora…quando vai vender o CD da novela. Trilha sonora é todo o som do filme que vai ser montado com a imagem.

O som tem uma função fundamental na narrativa e na montagem. Pode estar relacionado à um tema da história, um contexto da trama ou ter uma função narrativa mesmo (em função da letra da música por exemplo).

Também cria ação, mistério ou suspense, produz efeitos de movimentação na cena, pontua sentimentos dos personagens, ajudando a compor momentos específicos da trama ou simplesmente um fundo para a ação da cena.

O som nos dá uma dimensão espacial, conferindo profundidade e amplitude da cena (se por exemplo um personagem chama outro fora do campo visual do enquadramento da cena).

A tela plana ganha corpo e amplia-se pelo espaço da sala de exibição, e o som circunda o espectador completando sua imersão na cena.

SOM DIRETO (Equipamentos e usos)

Microfone da câmera

A câmera de vídeo possui um microfone, que é muito utilizado para gravação de som ambiente. Normalmente estes microfones fixos na câmera são microfones abertos (hiper-cardióides) que possibilitam a gravação de som ambiente da cena toda.

Algumas câmera tem conexão para microfones externos.

Os microfones externos são indispensáveis para a gravação de entrevistas, reportagens ou novelas e programas de ficção. Isto sem falar nos programas musicais que podem demandar uma configuração mais complexa no que toca a utilização conjugada de vários microfones e sistemas de amplificação sonora.

Os tipos básicos de Microfones externos são:

Cardióide (hiper-cardióide, ou microfone de mão) - É o mais utilizado para entrevistas de rua, apresentação de shows, sobretudo para captação da fala. Jornalismo de rua (apresentação e entrevistas).

Lapela - é o microfone mais utilizado em estúdios para entrevistas e programas de jornalismo, e fica preso na roupa do entrevistado ou do apresentador de um programa.

Direcional (shot-gun ou super-shotgun) - é muito utilizado para ficção ou documentário em que o microfone não deve estar em quadro na cena, tem uma captação dirigida, operado através de uma vara (boom) que posiciona o microfone na posição (dirigido para a cabeça dos atores, ou para a fonte sonora que se quer captar), e opera seus controles através de uma mesa de áudio para amplificação e modulação do som.

Tipos de Conexões de microfones:

P2 - A maioria das câmeras de mão (hand-cam) e as semi-profissionais tem entrada de microfone externo (semelhante a dos fones de ouvido). Esta conexão muitas vezes fica ao lado do microfone embutido da câmera, e ao ligar o microfone externo, este começa a funcionar no lugar do microfone da câmera, automaticamente.

CANON -Na câmeras profissionais os microfones tem que ser ajustados e balanceados (baixa, alta, atenuados, etc.) conforme chaves seletoras da câmera.

Também vamos escolher o canal (CH1 ou CH2) onde deverão ser ligados estes microfones externos, que poderão funcionar ao mesmo tempo que o microfone de câmera.

Nestas câmeras poderão ainda ser ligados mesas de áudio(mixers) para o trabalho de técnicos de som, que ficarão responsáveis pela captação de áudio que entrará diretamente na câmera ou será gravado em separado(em gravadores de áudio devidamente “sincronizados” com as câmeras através de links especiais e códigos de tempo-timecode).

CONEXÕES E AJUSTES INTERNOS DE ÁUDIO

Cada câmera tem seus próprios ajustes internos que devem ser organizados através de um menu especifico. É importante quando se grava em dois canais de áudio verificar se os canais estão sendo gravados separadamente para que um áudio não comprometa o outro (exemplo: a PD150 grava em opção linked, quer dizer dois canais mixados)


CONEXÕES DE MICROFONES EXTERNOS E MESAS
DE ÁUDIO

Estas ligações devem respeitar a impedância (resistência elétrica produzida) de entrada e saída de cada equipamento, ligando-se sempre os mesmos tipos de chaveamento na câmera e na mesa de áudio, sendo:

Line – line (saidas de alta com entrada de alta)

Mic – mic (saídas de baixa com entradas de baixa)

COMO NÃO QUEIMAR NENHUM EQUIPAMENTO

A principal questão envolvendo a conexão de dois equipamentos elétricos (e eletrônicos) distintos é a transmissão de corrente elétrica entre esses dois equipamentos através deste cabo que estamos utilizando para liga-los. Todo o sinal é uma corrente elétrica (seja digital ou analógico! É através de um pulso elétrico que o código digital ou analógico é transportado). Porém muitas conexões de microfones e saídas de fones são polarizadas (quer dizer possuem um pólo positivo e outro negativo) e a inversão dessas tomadas ou o uso de plugues errados pode comprometer a qualidade ou ate queimar a saída ou entrada em questão. Ex. Plugue de fone mono em saída estéreo pode gerar curto na saída de fone pela realimentação dessa corrente elétrica através do plugue.

Verificar sempre:

voltagem elétrica de cada equipamento antes de ligá-lo.

Saídas ligadas com entradas (vídeo com vídeo, áudio com áudio)

MONO-STEREO

Uma saída mono pode ser ligada a duas saídas estéreo através de um plugue Y (ambas receberão o mesmo sinal)

MAS uma saída estéreo NÃO pode ser ligada numa entrada mono com esse plugue Y. O sinal sonoro é amplificado neste processo e pode queimar a entrada de áudio mono. Pode-se escolher um dos dois canais estéreo e ligar UM deles na saída mono. Nunca os dois canais, os sinais elétricos se somam nesse processo o que certamente vai danificar sua entrada mono.

GRAVANDO PARA O SOM

Muitas vezes temos que gravar uma entrevista e dispomos apenas do microfone da câmera (ou ela não tem conexão para adaptá-lo).

O que fazer?

Deve-se gravar para o microfone da câmera , numa distancia bem próxima do entrevistado (2 ou 3 palmos, no máximo) para que o som chegue diretamente ao microfone. Use a lente bem aberta (grande angular).

VENTO - Também o vento pode interferir na gravação - Use seu corpo para proteger o microfone da câmera do vento incidindo diretamente sobre ele, e se for preciso mude a posição do entrevistado (ou do local da gravação). Tentando sempre proteger o microfone da câmera desse vento direto sobre ele.

SEMPRE USE FONES DE OUVIDO PARA ACOMPANHAR O QUE ESTA SENDO GRAVADO

MICROFONE COM ZOOM

Algumas câmeras tem microfones com zoom que podem produzir efeitos interessantes com este tipo de recurso, direcionando o som.

PREFIRA GRAVAR MONO - Câmeras digitais não tem microfones comparáveis aos profissionais. Utilizando o microfone da câmera, prefira gravar em mono porque o estéreo pode acabar ampliando a pouca qualidade desses microfones. Se possível, use microfones externos adicionais.

DICAS

Livros

Microfone, tecnologia e aplicação, Sólon du Valle, Editora Música e Tecnologia

ABELHA, VIDEOCABINES e VIDEOCARTA (exercícios)

EXERCÍCIOS DE REALIZAÇÃO

ABELHA (vídeo solo)

O que é?

Quatro em um. O diretor faz a câmera, opera o áudio e entrevista, ao mesmo tempo, sem assistentes.

Qual a proposta?

É um exercício de domínio de técnica e auto-suficiência. Você será responsável pela estética visual, pela qualidade da imagem e do som que estarão sendo gravados, pelo conteúdo temático e narrativo, pela direção e realização das entrevistas. E, talvez, seja o próprio produtor de seu vídeo. é verdade, mas não é impossível, e acontece muito no jornalismo onde o próprio repórter pode até (além de tudo isso já listado) ser o responsável pela edição-montagem e finalização do vídeo, e, de quebra ainda envia-lo por satélite ou postá-lo na internet (num domínio FTP ou youtube para download).

Qual o sentido da proposta: Autonomia. Com o aparecimento de equipamentos cada vez menores e mais simples, a proposta tem como objetivo incentivar a desenvoltura e auto-suficiência. Não que se pretenda abolir funções e técnicos de uma equipe, mas a prática dessas várias funções leva a um maior conhecimento e desenvolvimento profissional. Faça você mesmo.

VIDEOCABINE

O que é?

Um lugar onde o entrevistado terá a liberdade de deixar um depoimento sem interferência de um entrevistador ou operador de câmara. A câmera fica um espaço reservado onde este entrevistado-depoente terá a liberdade de entrar na cabine, falar e sair sem a interferência de ninguém. Ele terá a câmera só para si durante um tempo pré-determinado pelo diretor, que não interferirá neste processo de gravação de seu depoimento.

Da mesma forma, pode-se criar um espaço reservado onde este mesmo (ou outros) entrevistado-depoente poderá entrar e assistir o que foi dito para a câmera. Este circuito de gravação-exibição chama-se: videocabines.

Necessidades: Uma câmera, tripé, controle remoto, uma pequena sala de 3 X 3 ou uma barraca de camelo montada com uma abertura lateral, tapadeira onde cada participante da atividade vai ter a privacidade de utilizar a câmera sem que outras pessoas interfiram, e poder durante alguns minutos apresentar-se sem interferências e em reservado.

Observações: É preciso verificar a iluminação da sala ou dentro das tapadeiras onde será montado o “set” de modo que a gravação não fique escura.

Também é fundamental desligar aparelhos de ar-condicionado para evitar ruídos. Uma verificação do áudio com fone pode prevenir surpresas desagradáveis.

O microfone a ser utilizado é o da própria câmera que é apropriado para captação multi-direcional (mas se houver necessidade pode-se conectar um microfone direcional ou de mão).

O foco da câmera é fixo de forma a não variar com um possível deslocamento das pessoas em frente a mesma.

VIDEO-CARTA

O que é?

Como o próprio nome já diz, a proposta de vídeo-carta envolve a troca de correspondência entre dois ou mais grupos através vídeo que serão produzidos e enviados entre eles, numa conversa sobre temas específicos (ou proposta pré-acordadas entre esses grupos anteriormente).

Assim cada grupo vai falar sobre alguns assuntos esperando a resposta do outro grupo, como numa carta.

Ex. Cada grupo conta como é o cotidiano de seu próprio grupo, como vivem, como são as suas casas, quem são seus vizinhos e o que mais gostam de fazer de dia ou á noite.

Um outro exemplo poderia ser a questão da saúde e das doenças atingem esses grupos, seus principais problemas ou demandas sobre saúde coletiva e atendimento básico local, poderia ser elaborada uma pauta conjunta sobre sugestões para melhorar esse atendimento e para que cada grupo possa ampliar suas reivindicações políticas junto ao poder publico e organizações de saúde.

Atividades-propostas

1. definir quais as pessoas ou grupos irão participar do circuito de ‘correio‘, quais os temas e assuntos a serem abordados, assim como os formatos de produção, prazos, etc.

2. produzir e distribuir a vídeo-carta

3. monitorar as exibições, a avaliação do que foi visto na vídeo-carta e o retorno, quer dizer a vídeo-resposta (vídeo-carta resposta)

4. receber a vídeo-resposta e assistir. Avaliar os resultados e propor nova vídeo-carta.

Necessidades: cada pessoa ou grupo deve possuir ao menos uma câmera, um microfone e forma de exibir os vídeos. Ser capaz de elaborar uma pauta de gravações conforme a proposta temática acordada e do roteiro proposto (elaborado em função do eixo temático desejado à vídeo-carta).

Observações: a proposta de vídeo-carta é amplamente utilizada por grupos do movimento popular para discutir e agilizar debates sobre temas de interesse especifico. Também é realizada junto a grupos indígenas para consolidar ações, minimizar as distâncias físicas e geográficas entre alguns grupos e etnias e promover a integração dessas tribos.

RELAÇÃO REPÓRTER x OPERADOR DE CAMERA

Entrosamento:

É preciso, antes de tudo, uma cumplicidade entre o câmera e o repórter. É o câmera quem avisa ao repórter que já pode começar a entrevista, quando a câmera tiver sido “disparada”.

Plano de apoio:

Para cada entrevista, faça pelo menos uma cena do entrevistado fazendo qualquer coisa (trabalhando em casa, cuidando do cachorro, lavando roupa). Não que você vá precisar dessas imagens, mas se der ao espectador um exemplo do modo de ser (!) do seu entrevistado, tanto melhor. É bom lembrar que a entrevista não deve ser feita no mesmo lugar da ação para que haja uma mudança de cenário, caso contrário haverá um PULO na imagem e você não poderá utilizar a ação na montagem.

Plano de cobertura:

É muito comum vermos em entrevistas, além das imagens das repostas dadas pelo entrevistado, planos tomados do repórter realizando as perguntas ao entrevistado. Essas imagens, geralmente, são feitas após a entrevista, tomadas de outro ponto de vista, onde o repórter repete as perguntas e o entrevistado dá apenas a primeira parte da resposta que já havia dado anteriormente (simula como se estivesse realmente respondendo às perguntas).

Estes planos servem para criar uma dinâmica na montagem da entrevista, possibilitando que tenhamos imagens do repórter que pergunta e imagens do entrevistado respondendo.

ENTREVISTAS (como fazer?)


Para cada entrevistado, faça ao menos alguns planos dele fazendo alguma coisa (se possível relacionada ao conteúdo ou tema da entrevista, ou nos seus afazeres cotidianos). Ele pode estar trabalhando no escritório, cuidando da casa, do cachorro. Não que você vá precisar dessas imagens, mas terá opções se quiser apresentar seu entrevistado através da forma como vive, aonde vive, o que faz (além de falar). É bom lembrar que a entrevista não seja feita no mesmo local da ação cotidiana para que não haja um ‘pulo‘ de imagem. Quer dizer, o entrevistado aparece falando e em seguida ele está lavando roupa.

Alguns diretores de documentário não gostam de encenar nada que não esteja diretamente relacionado aos assuntos debatidos pelo entrevistador, outros sequer consideram a possibilidade de gravar algo que não seja o próprio depoimento, a apenas isso.
ALGUMAS REGRAS E TÉCNICAS PARA ENTREVISTAS
1. Convença o entrevistado a não ler as respostas. A espontaneidade gera intimidade.
2. Se não é ao vivo, assegure ao entrevistado que é possível repetir a entrevista, ou parte dela, se ele esquecer o que dizer ou se disser algo errado.
3. Evitar óculos escuros e cigarros. (você pode querer mudar a ordem das perguntas e o cigarro trará problemas de montagem).
4. Faça uma pauta. Redija a 1º pergunta e anote as outras como tópicos.
Ex: Nova máquina de fabricar pneus.
Porque essa nova máquina é necessária?
Reação dos operários.
Vantagens para os motoristas.
5. Tenha atenção as respostas. Ouça. Muitas vezes uma resposta leva ao desdobramento da entrevista.
6. Pense nas respostas prováveis.
7. Evite:
perguntas cujas respostas não interessam ao público:
perguntas “o que você sentiu”?
perguntas muito longas.
perguntas que já incluam a resposta.
8. Para respostas com pergunta inclusa (que não sejam um “sim”ou “não”): inicie as questões com O QUE, QUEM, QUANDO, ONDE, POR QUE, COMO. Ou utilize as expressões “conte” ou “vamos falar sobre”.

SOBRE GRAVAÇÃO (ou filmagem)


1. Tenha toda a produção sob controle:
Iluminação, equipamento de gravação, fitas, cabos, microfones, energia elétrica, alimentação, transporte, autorizações, verifique se tudo está preparado na véspera.
Não deixe nada para última hora, pois sempre vai aparecer alguma coisa que não estava prevista para esse momento, e você não poderá deixar sua equipe esperando para que isso seja resolvido na hora.
Muitas vezes um pequeno detalhe “derruba” uma gravação importante.
2. Planejamento nunca é demais:
Planeje cada tomada de cena, pois quando você for montar o programa cada imagem será importantíssima.
Tenha uma agenda de entrevistas, prevendo onde cada entrevistado ficará, a posição de câmera necessária para cada entrevista, e todas as imagens adicionais que tem que ser produzidas a cada etapa da gravação. Tenha isso escrito, para que você não esqueça de algo que deveria ter sido filmado e tenha que voltar atrás. Nesse caso, provavelmente você não conseguirá mais a imagem que você precisava ter gravado naquele momento específico (o momento passou, e você ficou sem aquela importante imagem, que certamente fará falta na montagem).
3 . Cada tomada é importante:
Quando você for montar e apresentar seu programa cada tomada (ou plano) será importantíssimo. Até porque a narrativa em cinema e vídeo se estabelece nessa mudança entre planos.
4. Grave alternadamente:
Planos gerais, médios e bastante planos detalhes de todas as cenas. Eles serão fundamentais na montagem.

DICAS SOBRE GRAVAÇÃO

1. TENHA A ILUMINAÇÃO CORRETA

Prefira sempre a iluminação do sol, brilhante ou encoberto, onde são lançadas sombras fortes ou fracas.

Se você vai gravar interiores, provavelmente você vai precisar de lâmpadas especiais. Neste caso não seja ambicioso, limite-se a cenas de perto e aposentos pequenos.

Evite cenas com excessivo contraste. Ex: um primeiro plano escuro e um fundo brilhante, assim como cenas em contraluz, em que a fonte de luz é mais forte do que o objeto a ser enfocado.


2. ENQUADRE SEU OBJETO

Depois de escolher o que se quer gravar, é preciso olhar pelo visor da câmera procurando criar um enquadramento agradável. Cuidando do primeiro plano e criando uma ambiência para o objeto principal.


3. FAÇA O OBJETO MOVER-SE

Movimento é o fundamento básico da arte do cinema, mas é impressionante o número de realizadores que sujeitam seus espectadores a cenas intermináveis de estátuas, edifícios, morros e outros objetos imóveis. Você não pode fazer estes objetos se moverem, mas pode criar movimento diante deles. Ex: um edifício com gente entrando e saindo, uma casa de fazenda com uma carroça passando em frente.


4. CONSERVE A CÂMERA IMÓVEL

Dizer que precisa haver movimento não quer dizer que a câmera tenha que ficar se movendo o tempo todo. Os objetos a serem gravados devem ter movimento, mas a câmera não.

Uma exceção é quando mostramos objetos que se movem


5. FAÇA BASTANTE PRIMEIROS PLANOS E DETALHES

Por uma questão de entendimento “estético” as imagens em detalhe aparecem melhor no vídeo, e tem muito mais impacto do que as cenas distantes que acabam por criar uma “indefinição” no seu objeto.


6. VARIE A POSIÇÃO

Cada cena deve ser filmada de várias posições diferentes. A variação de planos tem uma função narrativa, que esclarece uma situação “visualmente” para o espectador, conferindo dinâmica narrativa para a cena que se pretende. Além de variar a distância, você deve variar o ângulo de enquadramento. Ex: plano geral de uma praia com criança que constrói um castelo de areia, plano médio da criança, plano detalhe de suas mãos mexendo na areia.


7. FAÇA CENAS COM DURAÇÃO DIFERENTE

Assim como a posição, os tempos de cada imagem (plano) conferem agilidade narrativa ao programa. Uma cena parada tende a cansar o espectador se for apresentada em planos muito longos, da mesma forma uma cena agitada permite que as imagens sejam mais rápidas, etc.


8. FAÇA SEU FILME CONTAR UMA HISTÓRIA

A intenção de fazer um vídeo é contar uma história, e não enfileirar uma imagem após a outra.

Isto não quer dizer que você tem que ser um grande roteirista ou escritor bem-sucedido de ficção para fazer um vídeo (ou filme).

Num filme amador poderíamos ver as seguintes cenas: uma casa, uma mãe e uma criança andando juntas, três crianças conversando, as mesmas crianças sorrindo e acenando para a câmera.

De uma outra maneira, estas mesmas cenas poderia contar algo para o espectador e estarem “integradas” entre si, o que possibilitaria sua “montagem” de forma ordenada e não apenas como uma coleção de imagens. Ex: vemos a casa, num plano mais próximo vemos a porta que se abre, e então saem a mãe e sua filha, vemos olhares das duas, a criança leva uma pasta e está de uniforme, a câmera acompanha as duas que saem de casa, até a esquina, quando a criança encontra mais duas amigas, que também vão para o colégio, vemos seus rostos de alegria com o encontro, noutro plano vemos a vista geral da rua por onde eles vão seguir em direção ao colégio, e assim por diante…

FILTROS

Os filtros servem para a correção de cor de uma cena, para criar uma ambiência especial, ou para corrigir a foto-metragem.

Podem ser aplicados sobre a lente da câmera, sobre os refletores ou em parte do cenário.

Filtros de correção ou efeitos para luzes são em forma de papel(acetato) para serem presos nas bandeiras dos refletores ou garras, em janelas ou outras entradas de luz, etc…

Filtros para lente da câmera podem ser de cristal ou acrílico. Os de cristal podem ser em formato quadrado (usados num porta lente especial) ou redondos com anel rosqueado para serem acoplados diretamente sobre a lente da câmera (verificar os diâmetros entre ambos para compatibilidade)

FILTROS DE DENSIDADE (ND)

Corrigem excesso de luz sem modificar a textura ou cor da cena.

FILTROS DE CORREÇÃO DE TEMPERATURA DE COR

Corrigem a colorimentria da luz adequando ao filme utilizado (no caso de câmeras de cinema) ou á iluminação principal utilizada (ex. Equilibrando luz ambiente com iluminação artificial).

FILTRO "POLARIZADOR"

Utilizado para corrigir excesso de refração dos tons brancos e pretos. Existe uma interferência do vapor gasoso do ambiente que não é percebida pelo olho humano, mas o sistema ótico da câmera vê esse defeito e o filtro polarizador minimiza essa interferência, valorizando nuvens, azul do céu, etc. Ex: num dia lindo fazemos fotos, mas elas ficam desbotadas. O filtro polarizador corrige isso conferindo uma maior definição á cena.

FILTROS DE EFEITOS ESPECIAIS

Como o nome diz são filtros que espelham, dividem ou conferem cores diferentes e variadas á imagem.